segunda-feira, 21 de abril de 2014


Curta- Eu não quero voltar sozinho
Achei  esse curta maravilhoso. Trata da temática de uma história de amor gay sem ser apelativa e de uma forma bem sutil e natural entre os dois jovens e o mais interessante é que o outro rapaz ainda é cego.
Sob essa ótica, acredito ser este o ponto principal do curta, pois na medida em que o personagem Leonardo não “vê” os marcadores sociais que imperam sobre a sociedade, fica muito mais fácil e natural para ele abrir o seu coração para a amiga sobre a sua paixão. Isso, porém não significa que ele não perceba as coisas ao seu redor, mas acredito que a sua sensibilidade aguçada permita que algumas diferenças que são valorizadas pela sociedade para ele são imperceptíveis mesmo porque a sua melhor amiga é uma mulher. Também é um fator a ser considerado devido a sua condição de cego.
É relevante observar também a posição do professor na divisão de tarefas, na qual fica evidenciado a separação de gêneros meninos e meninas, dessa forma fica ai uma reflexão porque não há um sentido para essa norma. Segundo Beleli, “Os educadores, como importantes atores sociais, são também responsáveis pelo tratamento diferenciado de meninos e meninas e devem estar atentos à produção de desigualdades”, portanto às vezes caímos na armadilha das convenções sociais de gêneros e acabamos colocando em prática em sala de aula, muitas vezes automaticamente.
Assim, apesar de vivermos em uma sociedade na qual a construção social se estabelece por modelos há muito tempo hierarquizados, a escola tem como função social desconstruir essas fronteiras para que elas não signifiquem motivos de inferioridades e desigualdades entre os indivíduos.
Rosemeire da Silva Vargas