O
OS MEUS ALUNINHOS DANÇARAM ESSA MÚSICA EM NOSSA FESTA JUNINA DE 2011. ELES AMARAM!!!!
ESTE BLOG É DIRECIONADO A TODOS QUE ACREDITAM NA IMPORTÂNCIA DA PRIMEIRA INFÂNCIA PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O desenho fala?
Maria Inês Barreto Netto
“O desenho fala,
chega mesmo a ser uma espécie de escritura,
uma caligrafia.”
Mário de Andrade
O desenho é a primeira escrita da criança. “O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar, marca o desenvolvimento da infância, porém, em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio” (Moreira, s/d, p. 26).
A primeira etapa é um exercício de movimentos no material no qual a criança “rabisca” sem intenção alguma de representar qualquer coisa; é o controle, o domínio das mãos e do objeto usado para desenhar – são as garatujas. Movimentos longitudinais que “vão se arredondando, tornando-se circulares, se enovelando, se espiralando. Em seguida, esta espiral-novelo começa a se destacar e surgem os círculos soltos, ‘as bolinhas’” (ibid., p. 30).
Com as “bolinhas”, as garatujas começam a representar algo, começam a ganhar nomes – embora variem de acordo com o momento e com quem pergunta – e a se diferenciar no papel, mas ainda indiferentes à cor.
Aparecem, a seguir, as formas fechadas, com interior, desorganizadamente distribuídas no papel, porém com cores e formas diferentes. O desenho, agora, começa a ser um jogo, uma linguagem de representação e expressão.
A criança começa a contar histórias por meio do desenho. Não um enredo completo de uma história e, sim, aspectos significativos do que ela quer simbolizar. Não são formas realísticas. A criança não faz um “retrato” do que vê. A distribuição espacial na superfície de desenho do que ela quer simbolizar, portanto, não é regida, necessariamente, pela estruturação espacial da realidade. O desenho passa a ser uma maneira de falar. O desenho pode ser lido.
Nas interações sociais, a criança começa a elaborar as possibilidades de desenhar a fala também e percebe que para isso ela precisa usar formas diferentes. Vendo que se lê onde não existe o desenho característico, ela passa a prestar atenção nessas formas desenhadas. O desenho nessas formas diferentes – a escrita – simboliza uma outra linguagem.
O ato de desenhar, portanto, é fruto de uma criação pessoal, muito particular, na qual não cabem modelos ou comparações, nem ensino de formas e traços. “Nas crianças, o criar – que está em todo seu viver e agir – é uma tomada de contato com o mundo, em que a criança muda principalmente a si mesma” (ibid., p. 38). Então, a professora é a mediadora entre a criança e o mundo no espaço escolar para essa criação pelo desenho. A escola é o local onde a criança se apropria das “coisas do mundo” representando e expressando, promovendo o processo de aprendizagem-desenvolvimento da criança.
Referência bibliográfica
MOREIRA, A. A. A. O espaço do desenho: a educação do educador. São Paulo: Loyola, s/d. 128 p. (Coleção espaço, v. 4)
CEALE Debate: Alfabetização na Educação Infantil
Ceale retoma ciclo de conferências
No dia 27 de março, terça-feira, será retomada a programação do ciclo anual de conferências do Ceale. A primeira conferência do Ceale Debate terá como convidada a professora da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisadora do Centro de Estudos em Educação e Linguagem Ana Carolina Perrusi. O debate terá início às 19h30, no auditório Neidson Rodrigues, na Faculdade de Educação da UFMG.
Na palestra Alfabetização na Educação Infantil: o que isso significa na prática pedagógica?, a pesquisadora analisará diferentes práticas de alfabetização no segmento da Educação Infantil e discutirá as concepções de leitura e escrita subjacentes a cada metodologia, refletindo sobre possíveis impactos para o desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita das crianças. Além disso, Ana Carolina Perrusi indicará algumas práticas de alfabetização adequadas para crianças menores de seis anos. “Reafirmaremos que aprender a ler e a escrever implica um longo processo, que pode e deve ser iniciado na Educação Infantil com atividades que respeitem os interesses e necessidades das crianças”, adianta a pesquisadora.
As conferências do Ceale Debate são gratuitas e abertas ao público. Não é necessário se inscrever para participar.
Para mais informações, ligue (31) 3409-5334 ou envie email para jornalismoceale@fae.ufmg.br
No dia 27 de março, terça-feira, será retomada a programação do ciclo anual de conferências do Ceale. A primeira conferência do Ceale Debate terá como convidada a professora da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisadora do Centro de Estudos em Educação e Linguagem Ana Carolina Perrusi. O debate terá início às 19h30, no auditório Neidson Rodrigues, na Faculdade de Educação da UFMG.
Na palestra Alfabetização na Educação Infantil: o que isso significa na prática pedagógica?, a pesquisadora analisará diferentes práticas de alfabetização no segmento da Educação Infantil e discutirá as concepções de leitura e escrita subjacentes a cada metodologia, refletindo sobre possíveis impactos para o desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita das crianças. Além disso, Ana Carolina Perrusi indicará algumas práticas de alfabetização adequadas para crianças menores de seis anos. “Reafirmaremos que aprender a ler e a escrever implica um longo processo, que pode e deve ser iniciado na Educação Infantil com atividades que respeitem os interesses e necessidades das crianças”, adianta a pesquisadora.
As conferências do Ceale Debate são gratuitas e abertas ao público. Não é necessário se inscrever para participar.
Para mais informações, ligue (31) 3409-5334 ou envie email para jornalismoceale@fae.ufmg.br
quinta-feira, 29 de março de 2012
COMPUTADORES,FADAS, MÁGICOS S PRINCESAS
A cena, observada no contexto de seu tempo e lugar e percebida pelo volume de convicções e experiências do observador, era no mínimo surpreendente. Conhecendo razoavelmente os sistemas educacionais de seu país, viajava agora pelo mundo e, em plena Estocolmo, sedutora e bela, foi convidado por um colega que lá residia há oito anos para visitar a escola em que sua filha estudava.
Após todo o entrave burocrático exposto pela administradora da escola, que com bom senso e delicadeza mostrava que "adultos" não convidados atrapalhavam a concentração das crianças, superou-se o obstáculo através do "jeitinho" brasileiro, que mesmo em áreas distantes e frias muitas vezes funciona.
Pôde, dessa forma, presenciar uma parte da aula e, no mesmo instante, seu sangue latino gelou. Carteiras, se é que poderiam ser assim chamadas, imaculadamente brancas e, em cada uma delas, como que incorporados à sua estrutura, pequenos computadores. Não era um recurso levado pelos alunos —é preciso que se ressalte —, mas uma peça componente da própria carteira, como se, sem um, o outro não existisse, mais ou menos como os velhos tinteiros que ornavam nossas carteiras de criança. A professora, diante de um computador um pouco maior, "conversava" com os seus loiros alunos sem dizer qualquer palavra. De seu lugar, enviava recados eletrônicos, sugeria perguntas, propunha desafios. Para alguns, solicitava que colocassem o fone de ouvido e, na mesma hora, enquanto seus olhos percorriam, por exemplo, imagens do Pantanal, ouviam os sons de sua fauna, o sibilar do vento nas folhas do buriti. Para outros, recomendava um mapa e, ao acionar uma tecla, este a seus olhos emergia com suas cores magníficas, sugerindo a tridimensionalidade.
Essa visão de escola deixou-o arrasado. Pensou:
— Deus meu, se esta é a escola do futuro, meu país jamais poderá disponibilizá-la. Poderia até imaginar essa tecnologia invadindo uma escola particular, onde alunos pagam salgadas mensalidades. Mas como pretendê-la nas favelas de São Paulo, na periferia do Rio de Janeiro, nas escolinhas perdidas nos sertões e nas selvas?
Esse trágico pensar, entretanto, não durou quase nada. Minutos após aquela cena de contemplação da tela pelas crianças, a professora ficou de pé e, exercitando a provável rotina de todo dia, convidou seus pequenos para outro momento da aula. Disse-lhes as seguintes palavras, rapidamente traduzidas pelo amigo:
— Bem, agora vocês já dispõem de muitas informações. É chegada a hora de transformá-las em conhecimento. Desliguem suas máquinas, sentem-se ao meu redor. E assim que as crianças fizeram um círculo ao seu lado, começou a fazer perguntas, propôs desafios, sugeriu charadas, mostrou imagens, fez os alunos manusearem quebra-cabeças, brincou com "puzzels" que reproduziam a região pesquisada. Transformou, como fada ou princesa ungida a uma sala de aula, informações em saberes, conhecimentos em vivências, observações em experiências.
O visitante se acalmou, sorriu e pensou:
— Graças a Deus, desta escola meu país pode dispor. Quem a faz admirável não é a máquina, a tecnologia, o computador, e sim essa professora extraordinária, essa princesa, fada, sei lá!, capaz de transformar informações em conhecimentos, constatações em experiências. Pouco importa que as escolas pobres de meu país não disponham de aparelhos modernos para oferecer informação. Esta afinal pode chegar pela voz, pelo livro, pelo texto. O que a dignifica e expressa grandeza à aula é a magia de sua transformação, a alquimia da mestra que a contextualiza nos saberes na vida e no entorno de seus alunos.
Imagens e lembranças dessas cenas acordaram no instante em que pudemos ler sobre o programa Telecomunidade, anunciado pelo presidente Fernando Henrique, e seus planos de entregar, até o final do próximo ano, computadores para 13 mil escolas de ensino médio no país, onde estudam 7 milhões de jovens. Os recursos virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, que deverá receber um bilhão de reais, a metade para ser aplicada em compra de computadores e o restante em saúde pública e informatização de bibliotecas.
Como nada foi dito sobre preparação de professores, sobre a transformação de informantes em fadas, mágicos e princesas, senti acordar as lembranças que acima descrevi. Uma pena.
Após todo o entrave burocrático exposto pela administradora da escola, que com bom senso e delicadeza mostrava que "adultos" não convidados atrapalhavam a concentração das crianças, superou-se o obstáculo através do "jeitinho" brasileiro, que mesmo em áreas distantes e frias muitas vezes funciona.
Pôde, dessa forma, presenciar uma parte da aula e, no mesmo instante, seu sangue latino gelou. Carteiras, se é que poderiam ser assim chamadas, imaculadamente brancas e, em cada uma delas, como que incorporados à sua estrutura, pequenos computadores. Não era um recurso levado pelos alunos —é preciso que se ressalte —, mas uma peça componente da própria carteira, como se, sem um, o outro não existisse, mais ou menos como os velhos tinteiros que ornavam nossas carteiras de criança. A professora, diante de um computador um pouco maior, "conversava" com os seus loiros alunos sem dizer qualquer palavra. De seu lugar, enviava recados eletrônicos, sugeria perguntas, propunha desafios. Para alguns, solicitava que colocassem o fone de ouvido e, na mesma hora, enquanto seus olhos percorriam, por exemplo, imagens do Pantanal, ouviam os sons de sua fauna, o sibilar do vento nas folhas do buriti. Para outros, recomendava um mapa e, ao acionar uma tecla, este a seus olhos emergia com suas cores magníficas, sugerindo a tridimensionalidade.
Essa visão de escola deixou-o arrasado. Pensou:
— Deus meu, se esta é a escola do futuro, meu país jamais poderá disponibilizá-la. Poderia até imaginar essa tecnologia invadindo uma escola particular, onde alunos pagam salgadas mensalidades. Mas como pretendê-la nas favelas de São Paulo, na periferia do Rio de Janeiro, nas escolinhas perdidas nos sertões e nas selvas?
Esse trágico pensar, entretanto, não durou quase nada. Minutos após aquela cena de contemplação da tela pelas crianças, a professora ficou de pé e, exercitando a provável rotina de todo dia, convidou seus pequenos para outro momento da aula. Disse-lhes as seguintes palavras, rapidamente traduzidas pelo amigo:
— Bem, agora vocês já dispõem de muitas informações. É chegada a hora de transformá-las em conhecimento. Desliguem suas máquinas, sentem-se ao meu redor. E assim que as crianças fizeram um círculo ao seu lado, começou a fazer perguntas, propôs desafios, sugeriu charadas, mostrou imagens, fez os alunos manusearem quebra-cabeças, brincou com "puzzels" que reproduziam a região pesquisada. Transformou, como fada ou princesa ungida a uma sala de aula, informações em saberes, conhecimentos em vivências, observações em experiências.
O visitante se acalmou, sorriu e pensou:
— Graças a Deus, desta escola meu país pode dispor. Quem a faz admirável não é a máquina, a tecnologia, o computador, e sim essa professora extraordinária, essa princesa, fada, sei lá!, capaz de transformar informações em conhecimentos, constatações em experiências. Pouco importa que as escolas pobres de meu país não disponham de aparelhos modernos para oferecer informação. Esta afinal pode chegar pela voz, pelo livro, pelo texto. O que a dignifica e expressa grandeza à aula é a magia de sua transformação, a alquimia da mestra que a contextualiza nos saberes na vida e no entorno de seus alunos.
Imagens e lembranças dessas cenas acordaram no instante em que pudemos ler sobre o programa Telecomunidade, anunciado pelo presidente Fernando Henrique, e seus planos de entregar, até o final do próximo ano, computadores para 13 mil escolas de ensino médio no país, onde estudam 7 milhões de jovens. Os recursos virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, que deverá receber um bilhão de reais, a metade para ser aplicada em compra de computadores e o restante em saúde pública e informatização de bibliotecas.
Como nada foi dito sobre preparação de professores, sobre a transformação de informantes em fadas, mágicos e princesas, senti acordar as lembranças que acima descrevi. Uma pena.
Celso Antunes é professor e psicopedagog
PORTIFÓLIO
I – Introdução
O portfólio começou a difundir-se em espaço escolar na década de 90, com ênfase nos Estados Unidos.Vem sendo evidenciado como um dos mais novos subsídios para uma avaliação dinâmica e eficiente do ensino. O portfólio com variada terminologia distingui-se de acordo com sua intenção, como: porta-fólios, processo-fólios, diários de bordo, dossiê. “Reflete a crença de que os estudantes aprendem melhor, e de uma forma mais integral, a partir de um compromisso com as atividades que acontecem durante um período de tempo significativo e que se constrói sobre conexões naturais com os conhecimentos escolares”. (Kátia Stocco Smole)
O portfólio é o registro de construção da
criança, dos educadores no tempo e no espaço. Representa um espaço de
socialização das descobertas como também oportuniza o momento de celebração da
construção de saberes.Ele exige um novo olhar na pratica pedagógica que se
caracteriza pela teorização da pratica docente, construção de instrumentos de
autonomia intelectual, caracterização das intenções e concepções como também
uma organização da seqüência significativa de reflexões, decisões, ação e
avaliação.
A construção
de significado começa com a construção e a compreensão aprofundada do trabalho
pedagógico atribuindo sentido as ações praticadas.São feitas em um processo
continuo em um contexto onde o debate democrático abre espaço para questões
sobre porque aprender, como aprender e para que aprender.
a) Objetivos do portfólio
Ø Organizar o saber do aluno;
Ø Desenvolver competência lingüística;
Ø Aprimorar habilidades de observação;
Ø Propiciar a criança o desenvolvimento de competências para avaliação de seu próprio trabalho;
Ø Possibilitar ao aluno e ao professor uma prática reflexiva;
Ø Ampliar as matizes pedagógicas como um instrumento de inclusão e não de classificação;
Ø Proporcionar uma análise periódica da documentação como base relativa a propostas de melhorias para o período seguinte
Nesse sentido,
Existe
uma gama enorme de registros em portfólios, tais como: desenhos; fotos, artes,
exposição de documentos, avaliação acadêmica de desempenho, registro de
entrevistas, comentários e documentários de eventos musicais, de dança, canto;
lista de livros lidos; registro de leituras; correspondências, etc. Os
portfólios são registros produzidos em períodos de aprendizagem, e para isso
podemos usar a fotografia como documento desse momento, não como cristalização,
mas como comentários abertos, através de uma evolução histórica do
acontecimento, completados e avaliados sempre, procurando buscar de maneira
metódica e ordenada a melhor atuação do aluno dentro do seu desenvolvimento
acadêmico.
Secretaria e trabalhadores de creche e EMEI querem manter férias em janeiro
Representação dos funcionários e secretário municipal de Educação, desta vez, estão do mesmo lado: são contra decisão judicial que suspende férias coletivas no ensino infantil
Airton Goes airton@isps.org.br
Apesar das divergências que envolvem demandas por reajustes e melhores condições de trabalho, os representantes dos funcionários da educação da cidade e o secretário municipal que responde pela pasta, Alexandre Schneider, encontraram um ponto em comum. Todos são contra a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, recentemente anunciada, de acabar com as férias coletivas de janeiro dos trabalhadores de creches e EMEIs. A unidade no posicionamento ficou evidenciada durante audiência pública sobre o tema, realizada nesta segunda-feira (11/4) na Câmara Municipal.
“Essa medida [a decisão judicial] vai fazer com que, ao longo do ano, dois ou três professores estejam sempre de férias, fora os que se encontram em licença”, alertou Maria Benedita de Castro, a Benê, que é vice-presidente do Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp).
Segundo ela, a prefeitura não terá condições de repor o número de profissionais em férias e a falta deles causará aumento no número de alunos por educador. “Isto trará mais insegurança para as crianças e prejudicará o aprendizado”, previu.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Unidades de Educação Infantil da Rede Direta e Autárquica do Município de São Paulo (Sedin) divulgou documento em que defende as férias coletivas, de janeiro, como um momento importante na vida das crianças, que possibilita o “direito ao lazer e ao convívio familiar”.
Representantes do Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem) e do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem) também falaram na audiência contra a decisão da Justiça. “Se alguns poucos pais solicitaram essa medida [a suspensão das férias coletivas no ensino infantil], quantos outros desejariam estar com os seus filhos em janeiro”, argumentou Margarida Prado Genofre, vice-presidente do Aprofem, sugerindo que a maioria das mães e dos pais também seria favorável à manutenção das férias coletivas.
Margarida lembrou que a ação motivadora da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, de suspender as férias coletivas dos funcinários de creches e EMEIs em janeiro, foi movida no início de 2008 por um grupo de pais e mães da região de Sâo Miguel Paulista, na Zona Leste.
O vereador Claudio Fonseca (PPS), que, além de presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal – órgão que convocou a audiência pública –, é presidente do Sinpeem, afirmou que as entidades de trabalhadores têm perto de 50 mil assinaturas de pais e mães em um abaixo-assinado contra a decisão judicial. “O documento, com as adesões, será encaminhado ao secretário municipal de Educação para ser incluído no recurso que visa manter as férias coletivas dos trabalhadores”, informou o parlamentar, que presidiu o debate.
Para Fonseca, as férias coletivas em janeiro são importantes, entre outros motivos, para que ocorram as reformas e manutenções necessárias nas creches e EMEIs. “Assim os equipamentos ficam em condições adequadas para receber as crianças no retorno às atividades [em fevereiro]”, opinou.
Em meio a dezenas de trabalhadores e representantes de entidades ligadas ao setor, apenas uma participante da audiência se apresentou como mãe de criança que frequenta o ensino infantil. Embora também seja funcionária da área de educação, Ana Paula Lopes dos Santos Oliveira ressaltou que falava na condição de mãe. “Quero que minha filha tenha férias na EMEI”, afirmou. Ela reclamou do fato de a Justiça não ter ouvido a maioria dos pais antes de tomar a decisão. “Não perguntaram qual é a nossa vontade”, relatou.
Além dos funcionários e de suas entidades, a integrante do Fórum Regional de Educação Infantil da Grande São Paulo Sonia Larrubia Valverde defendeu a mesma posição. “Somos contrários ao fim das férias em janeiro, pensando nas crianças”, disse. No entendimento de Sonia, deveriam existir outros programas, como teatro e bibliotecas infantis, onde as crianças possam ter atividades no período de férias coletivas. “É preciso ampliar as políticas públicas de educação infantil que não sejam apenas as creches e EMEIs”, sugeriu.
Após ouvir os participantes da audiência pública, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, informou que a prefeitura irá recorrer da decisão judicial assim que a sentença foi publicada. “Todas as medidas serão tomadas para garantir as férias [coletivas] de nossos profissionais e para que as crianças tenham direito ao convívio da família”, declarou.
Schneider explicou que já existe um sistema de plantão, com 6 mil vagas, para atender os alunos cujos pais tenham dificuldades para ficar com eles durante o mês de janeiro. “Nunca tivemos mais de 350 crianças utilizando estes equipamentos disponíveis”, relatou.
Questionado pela reportagem da Rede Nossa São Paulo, se os pais das crianças em creches e EMEIs não deveriam ser consultados sobre o polêmico tema, o secretário descartou a possibilidade. "Os pais já estão acostumados com as férias coletivas das creches e EMEIs e se programam para ficar com as crianças no período", respondeu.
terça-feira, 27 de março de 2012
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