sábado, 18 de maio de 2013




A maior flor do mundo- José Saramago
Análise dos suportes: vídeo e livro
Existem dois parâmetros a serem analisados em ambos os suportes: no texto verbal a preocupação do autor- narrador que se coloca como uma pessoa incapaz de escrever histórias para crianças e o vídeo que começa com a narrativa e passa para a leitura de imagem.
 No texto verbal, Saramago se coloca como um contador de histórias. Existe uma junção entre texto –verbal e imagem, na qual há uma transposição do tempo e espaço, pois o nosso menino- herói é levado a uma de um mundo a outro de forma alegórica por se tratar de um universo imaginário que rege a vida de toda criança em sua busca por aventuras.
Nessa sua aventura por terras desconhecidas a figura do heroísmo se estabelece na ação do personagem que precisa salvar uma flor mórbida no alto da colina e termina com a consagração do menino.
No segundo suporte, o vídeo, o foco muda, pois o que é relevante e central é que a história pode ter outras interpretações na medida em que o texto oral dá lugar para a imagem e também a consolidação da ilustração enquanto composição literária. Começa com a narrativa do autor – o texto verbal- para a imagem que tem muito a dizer. Percebe-se a preocupação do ilustrador em não só apresentar uma obra para ornamentar o livro, mas também compor um texto poético, estético e sensível em relação à natureza.
Os dois suportes tem como pontos em comum a figura do menino como heroi e também como a percepção da criança é mais aguçada em relação as coisa mais simples da vida e que fazem toda a diferença. O tempo é o agora, existe prazer em experimentar cada momento como se fosse único. Alias o tempo para a criança é o que menos importa.
Nesse contexto, a afirmação de Saramago quando se coloca como alguém incapaz de escrever para criança se deve, principalmente porque condicionamos o nosso tempo. A utilidade e o condicionamento do tempo para o adulto estão associados a vários fatores, menos ao prazer e ao lazer, roubando dessa forma a ludicidade da vida, pois os adultos não percebem a beleza estética que está ao nosso redor.
Assim, esses dois suportes nos mostram que o personagem principal deste conto é alguém que tem muito a nos ensinar e não o contrario. Uma critica ao nosso modo de vida.
Por Rosemeire da Silva Vargas

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